quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O mundo executivo e as funções executivas...




Como neuropsicóloga e coach venho esclarecer a diferença entre os termos  "funções executivas" (FEs) (em uma avaliação neuropsicológica) e as "funções de executivos" em qualquer organização. Nunca pesquisei o fato, porém é possível que o termo FEs (na neuropsicologia) tenha surgido ou sido inspirado nas funções dos executivos propriamente ditos. Não sei, de qualquer forma, já percebi semelhanças entre as funções dos dois e também uma certa confusão na nomenclatura das FEs quando estamos em cenário corporativo.

Digo isso porque dando um treinamento, em uma empresa, um dias desses, onde havia abordado questões referentes às neurociências e à neuropsicologia (em especial explicando as FEs), percebi a confusão. Uma aluna entendeu que as FEs são as funções exercidas pelos executivos. NÃO É ISSO!! Pode haver inspiração, contudo são funções bem distintas!

As FEs são um conjunto de funções cognitivas divididas em:
  1. Memória operacional
  2. Controle inibitório
  3. Flexibilidade cognitiva
  4. Planejamento
"Funções executivas (FE) referem-se à capacidade de engajamento em comportamento orientado a objetivos, realizando ações voluntárias e auto-organizadas."

"Sumariando, as funções executivas envolvem diferentes componentes, tais como seleção de informações, integração de informações atuais com informações previamente memorizadas, planejamento, monitoramento e flexibilidade (Gazzaniga e colaboradores, 2002; Lezak, 1995). Tal complexidade cognitiva reflete-se nas vastas conexões entre sua base neurológica, especialmente o córtex pré-frontal, e outras regiões encefálicas."


Como percebe-se no texto acima, as FEs podem ser avaliadas através de testes neuropsicológicos, e ajudam na construção do diagnóstico diferencial de alguns transtornos mentais. Atualmente já temos muitas imagens funcionais (RMf) de tarefas exercidas no córtex pré-frontal (entre outras áreas) utilizando as FEs.

É também verdadeiro que os executivos  utilizam muitas das funções cognitivas, citadas nas FEs, como a capacidade de planejar em curto e longo prazo e serem flexíveis da maneira de pensar suas ações, por exemplo. A princípio isso é apenas uma coicidência (até que provem ao contrário).


Tenho uma hipótese de que os líderes possuem suas FEs (memória operacional, flexibilidade cognitiva, planejamento e controle inibitório) um pouco mais "treinadas" ou desenvolvidas para que possam exercer um cargo de liderança com sucesso.


Concluindo: que saibamos utilizar nossas FEs com sabedoria!



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